IBGE: 3 milhões de jovens entre 13 e 17 anos estão acima do peso

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“Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita em 2015 com alunos de 13 a 17 anos, do 5º ano fundamental até o 3º ano do ensino médio, revela que 7,8% dos jovens eram obesos. O problema atinge 1 milhão de adolescentes. Entre os alunos do sexo masculino, 8,3% eram obesos e do sexo feminino, 7,3%. Tinham excesso de peso 23,7% dos entrevistados (incluindo os obesos), ou 3,1 milhões de jovens. O maior índice de obesidade foi registrado na Região Sul, onde 10,2% dos jovens estão nessa categoria. No Sul, 28,2% dos jovens apresentaram excesso de peso.” A matéria completa está em http://zip.net/bntrPP

A adolescência é a etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta, marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. O panorama apontado pela pesquisa reforça o impacto dos hábitos alimentares inadequados sobre a saúde de jovens, ampliando o leque das vulnerabilidades existentes neste período da vida. Dentro deste panorama, é importante, sempre, reforçar o que diz o artigo 4., do Estatuto da Criança e do Adolescente:

“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

Acesse também o Marco Legal da Saúde de Adolescentes, do Ministério da Saúde, para entender sobre “os instrumentos legais de proteção aos direitos dessa população, notadamente aqueles de garantia do pleno exercício de seu direito fundamental à saúde”.

Ainda, uma discussão sobre os principais fatores ambientais determinantes do sobrepeso e da obesidade em adolescentes, no artigo de Carla Cristina Enes e Betzabeth Slater, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia, em 2010.

 

PNAE: Alimentação escolar de qualidade

alimentação%20escolar.jpgPor Josemeri Dattola

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Governo Federal, tem por objetivo atender às necessidades nutricionais dos alunos matriculados em escolas públicas, durante sua permanência na escola, desde a educação infantil (creches e pré-escolas), ensino fundamental e médio, escolas indígenas e filantrópicas.

Esse Programa, implantado em 1995, contribui imensamente com a qualidade de ensino no País, pois é de conhecimento de todos que o aluno bem alimentado possui melhor rendimento escolar, disposição para aprender e saúde. Alimentação de qualidade dentro do contexto escolar desperta hábitos alimentares saudáveis, melhorando a qualidade de vida dos educandos.

Sabemos que a Legislação Brasileira garante a todos os alunos o Direito de receber a alimentação no seu ambiente escolar. Desse modo, o PNAE não possui apenas a função de satisfazer as necessidades nutricionais dos alunos, enquanto permanecem na escola: ele vem ao encontro de Programa Social para concretizar o direito humano e universal à alimentação.

Portanto, para que o Programa tenha seu objetivo alcançado, a Secretaria Municipal de Educação, o gestor escolar e o Conselho de Alimentação Escolar (CAE), devem acompanhar, fiscalizar e aplicar devidamente os recursos do PNAE, já que é papel dos mesmos apontar as falhas existentes e os problemas encontrados, a fim de corrigi-los e fazer com que o Programa funcione cada vez melhor.

A garantia de uma alimentação saudável não se traduz unicamente no ato de ofertar frutas, hortaliças e outros alimentos nutritivos adequados. É importante que esses alimentos sejam manipulados por pessoas capacitadas e preparados conforme regem as normas para a produção de alimentos, garantindo assim o direito constitucional de uma alimentação saudável e segura.

O PNAE, além de fornecer uma parte dos nutrientes que o escolar necessita diariamente, também pode ser considerado um instrumento pedagógico. O nutricionista, cuja formação tem ligação com o campo educativo, pode, ou melhor, deve ter participação ativa nessas discussões, interagindo com a equipe escolar, propondo atividades com o objetivo de esclarecer a importância do PNAE e discutindo sua função na escola.

Rever o papel desse Programa no ambiente escolar é um importante passo para dar um novo sentido às atividades sobre temas mais específicos da nutrição, visando integrar as atividades promotoras de saúde na escola. O Programa não pode permanecer alheio às demais atividades pedagógicas desenvolvidas no ambiente escolar. Por meio de processos interativos, quando se compartilham diferentes estratégias desenvolvidas por professores, nutricionistas, merendeiras e demais funcionários da escola para o enfrentamento das rotinas ou das dificuldades cotidianas, constrói-se o ambiente. Nas áreas da educação e da saúde, muitos consideram o PNAE apenas na sua dimensão assistencial, pois a ele atribuem o único objetivo de suplementação alimentar por meio de lanches ou pequenas refeições no intervalo das atividades escolares. Porém, isso obscurece suas possibilidades educativas e dificulta as atividades que permitiriam a produção de novos conhecimentos significativos no espaço da escola.

Compreender e conhecer as ações do PNAE é de suma importância para que todos nós sejamos parceiros na gestão dos recursos, no entanto percebemos que a maioria dos professores e gestores estão despreparados para fiscalizar e detectar problemas na aplicabilidade. Portanto, o PNAE deve ser apresentado aos educadores, conselheiros e comunidade, para que todos tenham a oportunidade de adquirir esse conhecimento e sejam capazes de acompanhar de maneira eficaz a destinação dos recursos e verificar lá na escola a qualidade da alimentação escolar servida aos alunos. É dever de todo cidadão contribuir para a melhoria da aplicação dos recursos do PNAE, priorizando a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos.